Texto de Maria Lúcia Garcia Marques
E cá estamos! É o fim do círculo de doze compassos, com as cores e os ritmos que o Destino ditou. E devia ser um fim em luz e cor, multiplicadas e abertas, como a cauda de um pavão altivo que se passeasse pelo chão da Eternidade, exibindo em leque as sete cores do espectro solar. O ARCO – ÍRIS, o “gran finale” da comédia do ano, o passeio triunfal no palco da Vida: um ano, 12 meses, 365 dias, 8760 horas, milhares de minutos e milhões de segundos. Um imenso arco vitorioso, recordando o ancestral pacto entre Deus e os Homens, celebrado entre Noé e o seu Senhor. Diz o Génesis:”Estando o arco nas nuvens / Eu ao vê-lo recordar-Me-ei da aliança eterna concluída entre Deus e todos os seres vivos de todas as espécies que há na Terra” (Gen. 9;16). Um fim em grande, para mais tarde recordar… Mas não foi! Porque este ano, parece que o arco-íris fez questão de dar vida à concepção, que também existe, de que é um sinal aziago, que traz desgraça consigo ao atrever-se a fazer a ponte entre a terra e o céu, entre os homens e os deuses. É que ,para alguns povos primitivos ,ele é “a serpente perigosa do céu” que,”de tempos a tempos, desliza para o firmamento para ir tomar um banho. Nessa altura, brilha esplendorosa com todas as cores. Mas quando despeja a água do seu banho, cai sobre a terra a chuva do sol, uma água extremamente funesta para os humanos”. Creio bem que foi este ano que choveu assim… Mas o Sol não se apaga e a chuva há-de secar. Entretanto, unamo-nos em círculo, tomemos as mãos uns dos outros, fechemos a roda do bem-querer e do bem-fazer - a serpente engolirá a água do banho e nós teremos direito à outra metade do círculo da felicidade, perfeito e …irisado!
Feliz 2011!
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